É duro ser mãe, até com as melhores condições.
O nascimento de um filho foi-lhe vendido como uma das maiores conquistas na sua vida. Atualmente, ainda se mantém a ideia de que depois de ter um filho a mulher vai encontrar a felicidade plena, que se vai sentir completa e encontrará o seu propósito. Contudo, quando estas expectativas são justapostas com os sentimentos ambivalentes, perdas imprevisíveis, expectativas que não são atingidas, acaba por carregar o fardo de tentar encontrar um sentido nos sentimentos de vergonha e no medo constante de falhar.
A depressão pós-parto é uma perturbação de humor, que varia de ligeira a severa. Surge durante o primeiro ano após o parto e afeta pelo menos 10 a 20% das mulheres.
Esta perturbação é marcada de forma predominantes por níveis de ansiedade elevados. Pode surgir na forma de ansiedade generalizada, em que terá queixas de preocupações constantes, e até sintomas físicos como náusea, perturbações gastrointestinais e problemas de sono. Outra forma que a ansiedade pode assumir, são os ataques de pânico, em que poderá sentir ondas de medo e terror, que surgem do nada, frequentemente com sintomas físicos, como palpitações, arrepios e dormências. Estimasse que os ataques de pânico afetem cerca de 11% das mães.
Pode ocorrer depois de qualquer filho, não só depois do primeiro filho, sendo que se já passou por isto com um primeiro filho, tem maior probabilidade de voltar a passar por este tipo de situação após o nascimento de outros filhos.
Porém, é importante que saiba que com psicoterapia, os sintomas podem diminuem, levando entre 1 a 6 meses até diminuírem dependendo do grau de severidade. Contudo, sem qualquer tratamento pode durante entre 1 a 2 anos, podendo tornar-se em depressão crónica.
Fatores de risco para a depressão pós-parto:
- Alterações hormonais ao nível do estrogénio, progesterona, hormonas da tiroide e cortisol.
- A privação de sono e os sonos irregulares diminuem a resistência da mulher às doenças.
- Se houver casos de depressão na família, existe maior riscos de desenvolver depressão pós-parto.
- A depressão durante a gravidez é um indicador de risco para depressão no pós-parto.
- Existe uma associação entra a tendência para ser perfeccionista ou “control freak” e o surgimento de dificuldades durante o período do pós-parto.
- Ansiedade pré-existentes, predisposição para a preocupação ou ruminação e ainda características obsessivas durante a gravidez.
- Dificuldades no relacionamento com o conjugue ou falta de apoio da parte deste, bem como um bebé temperamental, aumentar o risco de desenvolver depressão pós-parto.
- Complicações obstétricas
Se não sabe se o que está a viver e sentir podem ser sintomas de depressão pós-parto, responda ao rastreio e dê o primeiro para começar a cuidar da sua saúde mental. Tenha em mente que esta escala é apenas um rastreio, pelo que não substitui as indicações do seu médico ou psicólogo.