O suicídio e as tentativas de suicídios são indicadores de grande sofrimento emocional e representam um problema de saúde publica em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde cerca de 800 mil pessoas morrem por ano no mundo por suicídio, o que corresponde aproximadamente a uma morte por cada 40 segundos.
Em Portugal suicidam-se cerca de 3 pessoas por dia.
Sendo que as pessoas que morrem representam apenas uma fração dos que consideram ou tentam o suicídio, estima-se que o número de tentativas é cerca de 25 vezes superior ao número de suicídios.
Não existe uma causa única para o suicido, pelo contrário existem diversos fatores, que se interligam e que juntos levam ao risco para cometer suicídio. Estes fatores podem ser biológicos, psicológicos, sociais, podendo até mesmo estar relacionados com o ambiente.
Fatores biológicos
Os riscos biológicos dizem respeitos aos fatores relacionados com a biologia da pessoa, podem ser desde genes a funções cerebrais, como por exemplos as alterações químicas provocadas pela resposta de stress. Sendo que o fator de maior risco para o suicídio são os problemas de saúde mental crónicos, que na sua grande maioria resultam eles próprios de uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e ambientais.
Os problemas de saúde mental, quando não tratados, implicam um risco elevado de incapacidade e mortalidade.
Do mesmo modo, existem outros problemas de saúde que estão associados a um aumento do risco de suicídio, como por exemplo a dor crónica, doenças cárdicas ou até problemas pulmonares crónicos. Estas doenças, não são conhecidas, por aumentar o risco de suicídio de forma isoladas, contudo, sabe-se que combinadas com outros fatores de risco, contribuem para o seu aumento.
Fatores psicológicos
Os fatores psicológicos são reconhecidos como os mais impactantes no aumento do risco de suicídio. Importa, contudo, nunca esquecer, que por si só, de forma isoladas, os fatores psicológicos não levam ao suicídio. Estes fatores entram em ação quando combinados com outros fatores e stressores.
Para algumas pessoas, o impacto psicológico do termino de uma relação, de mudanças profissionais, do estatuto financeiros pode diminuir a capacidade de resiliência. O que por sua vez leva a um impacto negativo maior na saúde mental da pessoa e nas suas capacidades para fazer face às adversidades. Podendo levar a sentimentos de desesperança, desvalorização pessoas e aumentar o risco de suicídio.
Fatores sociais e ambientais
Os fatores sociais e ambientais incluem situações de trauma, abuso, negligencia, discriminação, racismo, bullying, fatores culturais, financeiros, entre outros, que também têm impacto no risco de suicídio. Os fatores sociais e ambientais também podem estar relacionados com aspetos profissionais, como uma profissão demasiado exigente, ambientes de trabalho excessivamente stressantes, bullying no local de trabalho, problemas legais, desemprego, etc.
A combinação dos fatores biológicos, psicológicos, sociais e ambientais, contribuí para o risco de uma pessoa cometer suicídio.
Apesar da prevalência dos problemas de saúde mental e do risco de suicídio na população adulta, cerca de dois terços desta população não recebe qualquer tipo de tratamento.
Existem diversas razões para que as pessoas não procurem tratamento, dos quais se destaca o estigma social, bem como a falta de recursos quer para identificar as situações como problemas de saúde mental, quer para procurar tratamento.
Embora cada vez mais se fale de saúde mental e de cuidar da mesma, a verdade é que a discriminação de quem dá prioridade à sua saúde mental ainda é elevada. Muitas vezes as pessoas não procuram a ajuda necessária por medo de repercussões negativas.
Tem pensamentos ou sentimentos suicidas?
Em situações de emergência ou crise pode recorrer ao 112 ( INEM) ou ao 808 24 24 24 (serviços de aconselhamento psicológico da linha SNS24).
É importante que procure ajuda, o suicídio nunca é solução. A verdade é que o sofrimento pode diminuir e a vida pode melhorar, com apoio psicológico adequado a maioria das pessoas escolhe continuar a viver e vive satisfeita com a sua vida.
Merece apoio, não está sozinho, existe ajuda disponível. Quanto mais cedo partilhar com alguém o que sente, mais depressa será possível obter ajuda para ultrapassar os pensamentos e sentimentos suicidas. Um psicólogo irá conseguir compreendê-lo e ajudar.
Procurar ajuda é o primeiro passo para se sentir melhor.