O termo resposta de stress é usado para descrever todos os processos que ocorrem na pessoa afetada ao responder ao stressor, isto é, tudo o que acontece com cada um de nós quando confrontados com um stressor.
As respostas de stress manifestam-se de diversas formas. Manifestam-se em comportamentos observáveis, em que os outros podem observar que alguém está sob stress, e ao nível cognitivo-emocional, isto é, afetam também a forma como nós próprio pensamos e sentimos.
Os comportamentos evidentes na resposta de stress, isto é, tudo o que a pessoa faz e diz quando está sujeito a um stressor, mais comuns são:
- Comportamento apressador e impaciente, como por exemplo diminuir as pausas, falar apressadamente, palavra do outro.
- Comportamentos narcóticos, fumar mais e de forma incontrolada, aumentar o consumo de álcool ou café, tomar comprimidos e sedativos, etc.
- Comportamento de trabalho descoordenado, por exemplo fazer tudo ao mesmo tempo, falta de planeamento, perder ou esquecer-se de coias.
- Inquietação motora, tamborilar com os dedos, coçar, mordiscara as mangas da camisola, dar à perna.
- Interações conflituosas, maior agressividade e/ou irritabilidade para com membros familiares, conflitos por factos triviais, culpabilizar outros, etc.
Já ao nível cognitivo-emocional, as reações de stress englobam aquilo que se pode chamar de comportamento invisíveis, isto é, processo psicológicos internos que não são diretamente visíveis pelos outros. Por outras palavras, todos os pensamento e sentimentos despoletados na pessoa afetada pelo stressor. Reações cognitivo-emocionais comuns são:
- Sentimentos de nervosismos.
- Sentimentos e pensamentos de descontentamento, agressividade e raiva.
- Medo de falhar, vergonha.
- Pensamento e sentimentos de desamparo.
- Sentimentos de culpa.
- Pensamento circular.
- Sensação de vazio.
- Bloqueios de pensamento e concentração, sensação de que os pensamentos saltitam.
- Visão em túnel.
Normalmente estes vários níveis de resposta ao stress acumulam-se levando a que a reação de stress aumente e se prolongue, podendo levar a um círculo vicioso de comportamentos que aumentam os stressores e as suas consequentes respostas.
Ao nível técnico, a melhor forma de explicar a resposta de stress é como um processo dinâmico que integra vários elementos.
- O evento stressor, seja ele real ou imaginário
Os stressores psicossociais podem ser eventos reais ou imaginários, como explicado anteriormente, por si só não causam uma resposta de stress, para tal é necessário passarem por mecanismos de avaliação cognitiva. Já os stressores biogenética causa efetivamente a resposta de stress, sem ser necessária qualquer avaliação cognitiva, uma vez que atuam diretamente nos núcleos de ativação neurológica.
- Avaliação cognitiva e integração afetiva
A avaliação cognitiva consiste nos significados que atribuímos ao que nos rodeia, isto é a interpretação que fazemos. A integração afetiva por sua vez, diz respeito à mistura das emoções nessa mesma interpretação cognitiva. Disto resulta o processo complexo de como avaliamos, interpretamos e sentimos as situações, que por sua vez é determinante para definir se um estímulo psicossocial será um stressor ou não.
Este processo é único, individualizado e vulnerável a predisposições biológicas, padrões de personalidade, aprendizagem e história de vida, e ainda dos recursos que dispomos para fazer face a estas situações (ie, estratégias de coping).
- Resposta de stress (resposta de luta ou fuga)
A resposta de luta ou fuga diz respeito à mobilização do corpo para se preparar para a atividade muscular em resposta a uma ameaça percebida. Este mecanismo permite ao corpo lutar ou fugir da ameaça percebida. A resposta de luta ou fuga pode ser ativada no ser humano por estímulos biogenéticos e também por inúmeras e diversas influências psicológicas, incluindo os estímulos psicossociais.
A amígdala (uma zona do cérebro) é o epicentro da origem da resposta de fuga ou luta. Após a estimulação desta zona do cérebro, são libertados neurotransmissores (hormonas do cérebro que controlam zonas do corpo), que produzem diversos efeitos físicos, como o aumento da pressão sanguínea, do ritmo cardíaco, da ativação dos músculos, redução da circulação sanguínea nos rins, etc.
- Ativação dos órgãos-alvo
Diz respeito ao fenómeno através do qual a as respostas neurológicas anteriormente descritas, influenciam o normal funcionamento de alguns órgãos do corpo humano. Alguns dos órgãos-alvo atingidos pela resposta de stress são o sistema cardiovascular, o sistema gastrointestinal, a pele, o sistema imunitário e até mesmo o cérebro e o estado mental da pessoa, entre outros. Consequentemente estes órgãos, em situações extremas irão manifestar doenças ou disfunções relacionadas com o stress.
- Estratégias de Coping
As estratégias de coping definem-se como os esforços, quer orientados para a ação quer processos intrapsíquicos, para gerir (dominar, tolerar, reduzir, minimizar) as exigências do meio e internas, bem como os conflitos entre estas. As estratégias de coping podem estar presentes antes do surgimento do stressor, neste caso trata-se de estratégias de coping antecipatórias, mas também podem surgir no durante ou apos a presença do stressor.
As estratégias de coping podem ainda ser adaptativas ou mal-adaptativas. As estratégias e coping adaptativas reduzem o stress promovendo simultaneamente a saúde geral a longo prazo (relaxamento, exercício, nutrição). As estratégias de coping mal-adaptativas reduzem o stress no curto prazo, mas a longo prazo comprometem a saúde geral (abuso de drogas, álcool, fumar, etc)