4 Consequências da privação de sono

1. Sonolência

A consequência mais evidente da privação de sono é o aumento da necessidade de dormir. Embora esta possa parecer obvia, é importante ressalvar esta consequência, pois têm implicações importantes no que fazes e como o fazemos. A sonolência pode levar a que a pessoa adormeça quando está numa situação sedentária, confortável e monótona, como por exemplo a conduzir. O que é mais importante ainda quando a profissão da pessoa implica conduzir, como é o caso dos motoristas.

É um facto de que as pessoas não são boas a avaliar o quão sonolentas estão, simultaneamente podem não dar atenção aos alertas do próprio corpo de que estão prestes a adormecer. Com o continuar da privação de sono, continua a aumentar e a acumular a divida de sono, que por sua vez aumenta a probabilidade de adormecer, num momento potencialmente inoportuno ou perigoso.

Podem também ocorrer micro sonos que são involuntários. Durante um micro sono a pessoa está acordada, com os olhos abertos, contudo não responde aos estímulos, embora esteja a contar responder. Os estudos indicam, que durante o micro sono, o cérebro apresente padrões semelhantes aos padrões durante o sono, embora a pessoa esteja acordada.

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2. Performance cognitiva

O comprometimento da vigília atenta é uma das primeiras consequências cognitivas a surgir devido à privação de sono. As pessoas que ficaram privadas de dormir por uma noite, levam mais tempo a reagir e apresentam mais lapsos. Embora ao fim de alguns dias, de algumas horas de privação de sono por noite, a pessoa já não sinta um aumento do cansaço, dando a ilusão de que se “habituou” a verdade é que a capacidade cognitiva continua a diminuir.  O que reforça o facto de que as pessoas não são boas a avaliar a sua própria necessidade em dormir.

 

“Pessoas que dormem menos, têm tendência para morrer mais cedo.”

Outra alteração cognitiva importante provocada pela privação de sono é a análise de risco, isto é, as pessoas em privação de sono têm maior probabilidade em correr riscos, não os conseguindo avaliar adequadamente.

3. Emoções

A privação de sono está associada a alterações nas emoções, levando por exemplo, a que a pessoas não interprete adequadamente as expressões faciais.  O que no local de trabalho, por exemplo, pode levar a mal-entendidos e dificuldades em lidar com os colegas. Não dormir o suficiente está ainda relacionada com um aumento dos níveis depressivos.

4. Consequências para a saúde.

De um ponto de vista epidemiológico, pessoas que dormem menos, têm tendência para morrer mais cedo, seja por questões de saúde, seja por acidentes que ocorrem em consequência de não dormir com qualidade e/ou por tempo suficiente.

A falta de qualidade de sono está a associada a um aumento dos problemas cardiovasculares, obesidade, problemas endócrinos, aumento dos níveis de glucose no sangue, comprometimento do sistema imunitário, entre outros.